NÃO à nova Lei das Sementes
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NÃO à nova Lei das Sementes
Mais de 25 organizações civis portuguesas dizem NÃO à nova Lei das Sementes europeia em carta aberta a Durão Barroso
Por toda a Europa a indignação com a proposta para uma nova Lei das Sementes, a ser votada no próximo dia 6 de maio entre os Comissários europeus, sobe de tom. Em Portugal, 28 organizações representantes da sociedade civil, entregam hoje uma carta aberta ao Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
As associações, organizações, agricultores e agricultoras, horticultores e horticultoras e pequenos criadores que trabalham para preservar as sementes tradicionais, pedem uma revisão drástica à atual proposta, de forma a salvaguardar a agro-biodiversidade, os direitos dos agricultores e consumidores, a segurança alimentar local e a herança bio-cultural associada às sementes de propagação livre.
O novo regulamento europeu vem agravar o clima restritivo e burocrático que rege a comercialização de sementes de cultivo. A obrigação de registar toda e qualquer variedade de semente que possa trocar de mãos, mesmo a título gratuito, trará custos e processos administrativos impeditivos para os agricultores que usam sementes próprias (a maioria), horticultores, associações de preservação de sementes tradicionais e pequenas empresas de produção de sementes.
As variedades tradicionais de plantas, inerentemente diversas e por isso dificilmente ajustáveis às exigências de homogeneidade e estabilidade aplicadas às sementes industriais, serão remetidas para um nicho de “variedades antigas”, onde apenas as variedades que já se encontram no mercado quando a Lei entra em vigor, podem ser incluídas. Todas as variedades que não sejam registadas ou para as quais não se possa provar que circulavam no mercado, e todas as variedades que possam resultar de nova seleção e/ou adaptação, ficarão ilegalizadas.
Todas as sementes terão de obedecer aos mesmos critérios desenhados para as sementes industriais, com algumas derrogações que são de longe as suficientes para garantir a continuada oferta de sementes tradicionais e locais.
Segundo o parecer da Advogada-Geral Kokott, do Tribunal Europeu de Justiça, a legislação atual em vigor para a comercialização de sementes já viola os princípios da proporcionalidade, da liberdade de negócio, da livre movimentação de bens e o princípio do tratamento igual. A nova proposta de Lei dá no entanto mais um passo atrás, introduzindo novas limitações para as sementes de propagação livre e as sementes livres de direitos de propriedade intelectual.
A proposta de lei que vai estar na mesa dos Comissários no dia 6 de maio constitui uma proibição “de facto” das sementes dos agricultores e das sementes da diversidade e deve ser considerado um ataque à segurança alimentar local, aos direitos dos agricultores e pequenos criadores e à nossa herança bio-cultural comum. A maioria das dezenas de milhares de variedades locais de plantas de cultivo, selecionadas e adaptadas por agricultores e agricultoras durante milénios, será efetivamente banida.
As organizações portuguesas que entregam hoje uma carta aberta ao Presidente da Comissão Europeia, entre elas as ONG do ambiente como Campo Aberto, GAIA, GEOTA e Quercus, e a representante dos pequenos agricultores, a CNA, mostram-se extremamente preocupadas com o rumo da legislação europeia em matéria de sementes e exigem que as sementes de propagação livre e as sementes livres de direitos de propriedade intelectual sejam excluídas da nova Lei das Sementes.
in:
http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Mais-de-25-organizacoes-civis-portuguesas-dizem-NaO-a-nova-Lei-das-Sementes-europeia-em-carta-aberta-a-Durao-Barroso?bl=1
Por toda a Europa a indignação com a proposta para uma nova Lei das Sementes, a ser votada no próximo dia 6 de maio entre os Comissários europeus, sobe de tom. Em Portugal, 28 organizações representantes da sociedade civil, entregam hoje uma carta aberta ao Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
As associações, organizações, agricultores e agricultoras, horticultores e horticultoras e pequenos criadores que trabalham para preservar as sementes tradicionais, pedem uma revisão drástica à atual proposta, de forma a salvaguardar a agro-biodiversidade, os direitos dos agricultores e consumidores, a segurança alimentar local e a herança bio-cultural associada às sementes de propagação livre.
O novo regulamento europeu vem agravar o clima restritivo e burocrático que rege a comercialização de sementes de cultivo. A obrigação de registar toda e qualquer variedade de semente que possa trocar de mãos, mesmo a título gratuito, trará custos e processos administrativos impeditivos para os agricultores que usam sementes próprias (a maioria), horticultores, associações de preservação de sementes tradicionais e pequenas empresas de produção de sementes.
As variedades tradicionais de plantas, inerentemente diversas e por isso dificilmente ajustáveis às exigências de homogeneidade e estabilidade aplicadas às sementes industriais, serão remetidas para um nicho de “variedades antigas”, onde apenas as variedades que já se encontram no mercado quando a Lei entra em vigor, podem ser incluídas. Todas as variedades que não sejam registadas ou para as quais não se possa provar que circulavam no mercado, e todas as variedades que possam resultar de nova seleção e/ou adaptação, ficarão ilegalizadas.
Todas as sementes terão de obedecer aos mesmos critérios desenhados para as sementes industriais, com algumas derrogações que são de longe as suficientes para garantir a continuada oferta de sementes tradicionais e locais.
Segundo o parecer da Advogada-Geral Kokott, do Tribunal Europeu de Justiça, a legislação atual em vigor para a comercialização de sementes já viola os princípios da proporcionalidade, da liberdade de negócio, da livre movimentação de bens e o princípio do tratamento igual. A nova proposta de Lei dá no entanto mais um passo atrás, introduzindo novas limitações para as sementes de propagação livre e as sementes livres de direitos de propriedade intelectual.
A proposta de lei que vai estar na mesa dos Comissários no dia 6 de maio constitui uma proibição “de facto” das sementes dos agricultores e das sementes da diversidade e deve ser considerado um ataque à segurança alimentar local, aos direitos dos agricultores e pequenos criadores e à nossa herança bio-cultural comum. A maioria das dezenas de milhares de variedades locais de plantas de cultivo, selecionadas e adaptadas por agricultores e agricultoras durante milénios, será efetivamente banida.
As organizações portuguesas que entregam hoje uma carta aberta ao Presidente da Comissão Europeia, entre elas as ONG do ambiente como Campo Aberto, GAIA, GEOTA e Quercus, e a representante dos pequenos agricultores, a CNA, mostram-se extremamente preocupadas com o rumo da legislação europeia em matéria de sementes e exigem que as sementes de propagação livre e as sementes livres de direitos de propriedade intelectual sejam excluídas da nova Lei das Sementes.
in:
http://naturlink.sapo.pt/Noticias/Noticias/content/Mais-de-25-organizacoes-civis-portuguesas-dizem-NaO-a-nova-Lei-das-Sementes-europeia-em-carta-aberta-a-Durao-Barroso?bl=1
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